Muitas empresas acreditam que seguir as leis ambientais ampliam o custo das operações e ter um departamento ambiental é irrelevante!
Na verdade, o departamento de gestão ambiental deve exercer um papel de protagonista em organizações industriais.
O artigo “Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional” da autora Rosana Icassatti Corazza traz ideias bem interessantes. Segundo Nilsson (1988 apud CORAZZA, 2003, p. 4):
“Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a empresa a alcançar metas [ambientais] específicas, em uma analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais, etc.” (NILSSON, 1998:134).”
Esse mesmo departamento responsável por integrar a gestão ambiental na empresa pode auxiliar na conquista de mais performance e resultados. Para que isso aconteça, é imprescindível a partilha de saberes e aprendizados. De acordo com Llerena & Doraine (1995; 1999 apud CORAZZA, 2003, p. 20):
“Embora a integração pontual possa ser considerada um passo inicial neste sentido e a este respeito concordamos com a posição de LLERENA (1995) e de DONAIRE (1999) de que a manutenção de um cargo/departamento de gestão ambiental não será redundante desde que promova a partilha e a coerência dos aprendizados locais –, a ausência de medidas que promovam a integração da gestão ambiental pelas outras áreas de competência da organização pode acarretar marginalização da função.“
O trabalho colaborativo, uma liderança comprometida e a troca de know-how podem acelerar a maturidade das estruturas organizacionais e posicionar o departamento como estratégico para o desempenho ambiental. Com isso, a corporação consegue maior visibilidade diante a comunidade, consumidores, sociedade civil organizada, governo e demais stakeholders.
Além disso, o gestor ambiental pode auxiliar a classe empreendedora a tomar decisões mais assertivas fornecendo dados e informações para compreender como as organizações industriais afetam o meio ambiente e vice-versa. Menciona Corazza (2003, p. 20):
“Em suma, identificamos aqui uma dupla tarefa aos pesquisadores em gestão ambiental: por um lado, investigar o estado da integração ambiental nas organizações industriais no Brasil e, por outro, desvendar os mecanismos que possibilitam que as alterações estruturais se traduzam em melhor desempenho ambiental.”
“Ressaltamos que as transformações estruturais das organizações pela integração da gestão ambiental não garantem per se a melhoria de seu desempenho. Defendemos, portanto, a importância de se diagnosticar os mecanismos pelos quais tais transformações das estruturas das organizações poderiam influenciar positivamente seu desempenho ambiental.“
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Referências:
CORAZZA, Rosana Icassati. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. RAE-eletrônica, São Paulo, v. 2, n 2, p. 1-23, Jul-Dez 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/raeel/a/3FjKXqF9Br7hm3dsRgp5p3j/?format=pdf&lang=pt Acesso em 26 abr 2023