A Copa do Mundo 2010 acabou, mas longe da maneira como os brasileiros gostariam.
Ainda assim, essa copa será eternamente lembrada pela alegria e entusiasmo do povo africano, as ensurdecedoras vuvuzelas, o polvo Paul (cadê o polvo John, George e Ringo?), a voluptuosa torcedora paraguaia e a famosa Jabulaaaaaaani.
Como já alardeiam os meios de comunicação, comerciais e propagandas, a próxima copa, em 2014, será aqui, em “nostra terra” tupiniquim, o Brasil.
Já imaginou a loucura desse povo tão apaixonado por futebol?
Mas, onde fica a sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente no meio desse alvoroço todo?
Vamos refrescar a memória e voltar até a Copa de 2006, realizada na Alemanha. Desde aquele evento, foi instituído que toda a estrutura alusiva as Copa do Mundo, desde a construção de estádios, uso de energia e água, meio de transporte, etc deve ser pensada com o conceito “green building” (construção verde), solicitando que todo país sede da competição levasse em conta o potencial impacto que o evento pode causar ao meio ambiente, implementando formas de mitigar os danos e optando por maneiras sustentáveis.
De efetivo, podemos citar os estádios a energia solar e eólica com captação de água da chuva – que são usados até hoje – e os ônibus a hidrogênio, testados na época da Copa, que de lá pra cá aumentaram a frota e tornaram-se o transporte definitivo.
Além de não fazer ruído, não emite qualquer tipo de poluente a atmosfera, liberando vapor d’água ao invés de reagentes tóxicos.
O evento foi um sucesso, mostrando ao mundo que com boa vontade, criatividade e empenho é possível realizar um mega evento equilibrando desenvolvimento e conservação do meio ambiente.
Já na Copa da África do Sul, houve muito pouco desta preocupação. Ou, talvez, ela não tenha sido mostrada pelos meios de comunicação. Aliás, foram sequer comentadas.
Vamos pensar que, desta vez, a mídia ficou tão focada na cobertura por qualquer informação ou fofoca relacionada a seleção canarinho, no seu técnico cascudo, poucos craques e “cavalos” convocados que não tiveram tempo de cobrir o evento de forma abrangente e profunda.
Já na próxima, não há “desculpa”. O Brasil, com toda a sua magnitude e prosperidade ambiental, com a maior floresta, maior biodiversidade, maior reserva de água e maior quantidade de solo fértil do planeta tem por obrigação ser um marco e exemplo de sustentabilidade.
Construções sustentáveis duram mais, usam materiais reaproveitáveis e causam a curto, médio e longo prazo, menos impactos ao meio ambiente e também ao dinheiro público.
Portanto em 2014 vamos nos pintar, enfeitar, cantar e torcer pela nossa seleção, mas não podemos deixar que todo esse entusiasmo nos desvie do papel e responsabilidade que temos como seres humanos e brasileiros.
O nosso patriotismo não é somente exercido com os olhos vidrados na tv, alheio a tudo ao redor. Ele é feito no dia a dia, respeitando a terra e o país onde vivemos, cultivando a cidadania nos pequenos detalhes diários que, somados, farão a diferença.